quarta-feira, 20 de julho de 2016

Hécate: Deusa da magia e da noite

                A deusa Hécate era filha dos titãs Perses e Astéria, mas foi criada por Perséfone. Viveu no Olimpo, porém despertou a fúria de Perséfone um dia em que roubou-lhe um pote de carmim. Desceu a terra, mas tornou-se impura, indo ao mundo inferior com Hades para purificar-se. Com isso, passou a presidir cerimônias de purificação e expiação.



                Era conhecida como a mais próxima de nós, pois acreditava-se que, nas noites de lua nova, ela aparecia com sua horrível matilha de cachorros fantasmas diante dos viajantes que por ali cruzavam. Ela enviava aos humanos os terrores noturnos e aparições de fantasmas e espectros. Também era considerada a deusa da magia e da noite.

                Zeus lhe atribuiu prestígio, então Hécate manteve os seus domínios sobre a terra, os céus, os mares e sobre o submundo, continuando a ser honrada pelos deuses que a respeitavam e mantiveram seu poder sobre o mundo e o submundo.

Ela é representada ora com três corpos ora com um corpo e três cabeças, levando sobre a testa uma tiara com a crescente lunar, uma ou duas tochas nas mãos e serpentes enroladas em seu pescoço. Suas três faces simbolizam a virgem, a mãe e a velha senhora. Tendo o poder de olhar para três direções ao mesmo tempo, ela podia ver o destino, o passado que interferia no presente e que poderia prejudicar o futuro. As três faces passaram a simbolizar seu poder sobre o mundo subterrâneo, ajudando à deusa Perséfone a julgar os mortos.



Dada a relação entre os feitiços e a obscuridade, os magos e bruxas da Antiga Grécia lhe faziam oferendas com cachorros e cordeiros negros no final de cada lua nova. Os marinheiros tinham-na como deusa titular, pedindo-a uma boa travessia. Apesar de toda a obscuridade, Hécate espalhava sua benevolência para os homens, concedendo graças a quem as pedia. Dava prosperidade material, o dom da eloquência na política, a vitória nas batalhas e nos jogos. Proporcionava peixe abundante aos pescadores e fazia prosperar ou definhar o gado. Seus privilégios se estendiam a todos os campos e era invocada como a deusa que nutria a juventude, protetora das crianças, enfermeira e curandeira de jovens e mulheres.

Hécate foi uma deusa muito esquecida da mitologia grega. Apesar de sua força, teve relatos secundários como na guerra entre os deuses e os titãs e na ajuda à Deméter para que encontrasse sua filha. Quando Perséfone foi raptada por Hades enquanto colhia flores, sua mãe perambulou em desespero por toda a Terra. Senhora dos cereais e alimento, a grande mãe Deméter mortificada pela tristeza, privou todos os seres de alimento. Nada nascia na terra e Hécate, sendo sábia e observando o que acontecia, contou a Deméter o que havia sucedido a Perséfone.


Com Eetes, Hécate gerou a feiticeira Circe, a deusa da noite, que se tornou uma famosa feiticeira com imenso poder da alquimía. Segundo a lenda, a filha de Hécate elaborava venenos, poções mágicas e podia transformar os homens em animais. Vivendo em um palácio cheio de artifícios na Ilha Ea ou Eana, no litoral da Italia, Circe se tornou a deusa da Lua Nova ou Lua Negra, sendo relacionada à morte horrenda, à feitiçaria, maldições, vinganças, sonhos precognitivos, magia negra e aos encantamentos que ela preparava em seus grandes caldeirões.



Fonte: http://mitologiagrega14.blogspot.com.br/2011/11/hecate-mitologia.html
http://eventosmitologiagrega.blogspot.com.br/2011/10/hecate-deusa-dos-caminhos.html

sábado, 16 de julho de 2016

Prometeu, Pandora e a criação da humanidade



Prometeu era filho de Jápeto e Ásia, irmão de Atlas, Epimeteu e Menoécio, e teve um papel fundamental na criação da raça humana.


Existem algumas histórias sobre o titã, cujo nome significa premeditação, e em uma delas, diz-se que foi designada a Prometeu e a seu irmão Epimeteu a tarefa de criar os homens e todos os animais. Epimeteu encarregou-se da obra e Prometeu encarregou-se de supervisioná-la. Na obra, Epimeteu atribuiu a cada animal os dons variados de coragem, força, rapidez, sagacidade; asas a um, garras outro, uma carapaça protegendo um terceiro, etc. Mas como Epimeteu gastara todos os recursos nos outros animais, recorreu a seu irmão Prometeu para que criasse os homens. Esse, por sua vez, os concebeu com argila e água e concedeu ao ser humano o poder de pensar e raciocinar, bem como lhes transmitiu os mais variados ofícios e aptidões e uma centelha de fogo divino. 

Prometeu. Nicolas-Sébastien Adam (1762)

Em um célebre episódio da mitologia grega, segundo Hesíodo, durante um banquete destinado a selar a paz entre mortais e imortais, Prometeu foi responsável por aplicar um estratagema em Zeus ao colocar duas oferendas diferentes diante do deus olímpico: uma delas consistia de uma seleção de carne escondida dentro de um estômago de boi (alimento escondido dentro de um exterior repulsivo), enquanto a outra consistia dos ossos do boi totalmente envoltos em "reluzente gordura" (algo impossível de ser consumido dentro de um exterior atraente). Zeus escolheu a segunda, abrindo assim um precedente para os futuros sacrifícios, e a partir de então os humanos teriam passado a ficar com a carne dos animais que sacrificavam, dedicando aos deuses apenas os ossos, envoltos numa camada de gordura. O truque enfureceu Zeus, que retirou o fogo dos humanos como forma de retaliação. Prometeu, por sua vez, roubou o fogo dentro de um gigantesco caule de funcho, devolvendo-o à humanidade. 

Prometeu com o fogo divino. Heinrich Fueger (1817. Classicismo)



Zeus ficou furioso com essa atitude e lançou-lhe um terrível castigo, no qual decretou ao ferreiro Hefesto que o prendesse em correntes junto ao alto do monte Cáucaso, durante 30 mil anos, nos quais ele seria diariamente bicado por uma águia, a qual lhe destruiria o fígado. Como Prometeu era imortal, seu órgão se regenerava constantemente, e o ciclo destrutivo se reiniciava a cada dia.


"Prometheus Bound" Rubens (1611, óleo sobre tela, barroco)


Além desse castigo, Zeus resolveu atormentar os mortais e ordenou que, com a ajuda de Atena, Hefesto, o deus ferreiro, criasse a primeira mulher, Pandora, que significa (‘todos os dons’), e cada um dos deuses dotou-a com uma das suas características: Afrodite deu-lhe beleza e poder da sedução; Atena fê-la arguta e concedeu-lhe a habilidade dos lavores femininos; mas Hermes deu-lhe a capacidade de mentir e de enganar os outros.






Zeus ofereceu-a então de presente a Epimeteu. O seu nome significava exatamente o contrário do irmão, pois Epimeteu quer dizer ‘o que pensa depois’. E, de fato, sem pensar duas vezes e contrariando a advertência do irmão, que lhe dissera que nunca aceitasse nenhum presente vindo de Zeus, ele deixou-se seduzir pela bela Pandora e casou-se com ela.


Epimeteu e Pandora. El Greco (1600)

Pandora trazia consigo um presente dado pelo pai dos deuses: uma jarra (a’ caixa de Pandora’), bem fechada, que estava proibida de abrir. Mas, pela curiosidade, um dia decidiu abrir um pouco da tampa, para ver o que lá se escondia. De imediato dela se escaparam todos os males que até aí os homens não conheciam: a doença, a guerra, a velhice, a mentira, os roubos, o ódio, o ciúme… Assustada com o que fizera, Pandora fechou a jarra tão depressa quanto pôde, colocando de novo a tampa. Mas era demasiado tarde: todos os males haviam invadido o mundo para castigar os homens. No fundo da jarra, restara apenas uma pequena e tímida coisa, que ocupava muito pouco espaço, a esperança. Por isso se diz que ‘a esperança é a última que morre. E de fato, a única coisa que move os humanos perante todos os males da sociedade é a esperança.

Pandora. Emily Balivet (2007)

Fontes: http://www.olimpvs.net/index.php/mitologia/a-caixa-de-pandora/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Prometeu
http://www.infoescola.com/mitologia-grega/prometeu/
http://super.abril.com.br/historia/prometeu-martir-e-heroi





quinta-feira, 14 de julho de 2016

E os Centímanos ajudam na guerra



Os Hecatônquiros, ou Centímanos, na mitologia grega, eram três gigantes filhos de Urano e Gaia e irmãos dos doze titãs e dos três ciclopes. Seus nomes eram Briareu ("o vigoroso" - também chamado Aigaion), Coto ("o furioso") e Giges ("o de grandes membros"). Possuíam cem mãos e cinquenta cabeças.
Logo após seu nascimento, Urano, horrorizado com a natureza monstruosa dos seres que havia gerado, escondeu-os nas profundezas do Tártaro. Cronos, cumprindo uma profecia do oráculo de Delfos, ajudou-os a escapar do Tártaro e a formar uma rebelião que culminaria com a castração de seu pai. Depois da queda de Urano, Cronos subiu ao poder e, julgando que não seriam mais necessários na terra, tornou a aprisionar os Centímanos no Tártaro.
Os Hecatônquiros foram novamente libertados do Tártaro por Zeus, que havia sido orientado pela avó deles Gaia de que eles poderiam ser decisivos na Titanomaquia, a guerra dos deuses olímpicos contra os titãs. Algumas histórias relatam que os Centímanos não tinham uma natureza má e que eram ótimos construtores. Como haviam sido injustiçados e traídos por Cronos, decidiram ajudar a Zeus com a promessa de libertação do castigo. Nessa guerra, os hecatônquiros lançaram centenas de enormes pedras contra os titãs, ajudando a destruir o castelo de Cronos e a derrotá-los.


Depois da vitória contra os titãs, Zeus, ao contrário de Urano ou Cronos, não aprisionou os Centímanos. Briareu ganhou uma morada nas profundezas do mar Egeu, enquanto Coto e Giges se estabeleceram em palácios no rio Oceano.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Hecat%C3%B4nquiros

Héstia: A primeira filha de Cronos



Héstia foi a primeira filha de Cronos e Réia. Mesmo sendo a deusa mais velha dentre os irmãos, ela acabou sendo esquecida e sua história não é muito conhecida. Enquanto as divindades circulavam, héstia mantinha-se no Olimpo cuidando de sua lareira e exercendo seu papel de deusa protetora dos lares, cidades e famílias. Era a deusa mais bondosa e respeitada de todo o Olimpo e não se envolvia em qualquer tipo de briga ou guerra entre os deuses ou os humanos. 

Héstia é a personificação grega do fogo sagrado, da pira doméstica e da cidade. Cortejada pelos deuses, especialmente pelo belo Apolo e por Poseidon, Héstia rejeitou todas as propostas amorosas e pediu ao seu irmão Zeus que protegesse sua virgindade. Devido à sua vontade de permanecer casta, suas sacerdotisas se mantinham a vigiar o fogo sagrado permanente nos templos.

Como deusa do fogo sagrado, ela representava a divindade do lar, defendendo a vida da família, presidindo o ambiente doméstico e os laços familiares. Era muito comum utilizar a sua imagem nas moradas dos jovens que iam adquirir conhecimento longe de sua terra natal, pois isso mantinha a ligação familiar ausente. Seu animal sagrado era o asno.


Era adorada antes dos outros deuses em todas as festas, uma vez que era a mais antiga e preciosa das 
deusas do Olimpo. Um juramento feito em seu nome era o mais sagrado dos juramentos. De Zeus recebeu a honra de ser venerada em todos os lares, ser incluída em todos os sacrifícios e permanecer em paz, em seu palácio cercada do respeito de deuses e mortais. Era a personificação da moradia estável, onde as pessoas se reuniam para orar e oferecer sacrifícios aos deuses, e adorada como protetora das cidades, das famílias e das colônias. 

Sua chama sagrada brilhava continuamente nos lares e templos. Todas as cidades possuíam o fogo de Héstia, colocado no palácio onde se reuniam as tribos. Esse fogo deveria ser conseguido direto do sol. Quando os gregos fundavam cidades fora da Grécia, levavam parte do fogo da lareira como símbolo da ligação com a terra materna e com ele acendiam a lareira onde seria o núcleo político da nova cidade.

Sempre fixa e imutável, Héstia simbolizava a perenidade da civilização. Em Delfos, era conservada a chama perpétua com a qual se acendia a Héstia de outros altares. Cada peregrino que chegava a uma cidade, primeiro fazia um sacrifício à Héstia. Seu culto era muito simples: na família, era presidido pelo pai ou pela mãe; nas cidades, pelas maiores autoridades políticas. 



Héstia, a deusa casta dos lares, é a grande mãe e protetora de todas as mulheres casadas, das donas de casa e deusa do lar. Mesmo que esquecida, Héstia merece toda a admiração que recebia dos deuses e dos mortais, pelo seu tão belo e importante trabalho de proteção. 


Fonte: http://eventosmitologiagrega.blogspot.com.br/2010/12/hestia-deusa-do-fogo-sagrado.html