Na mitologia grega, um mito definido em Quios fala de Ciparisso, um jovem rapaz, filho de Télefo e descendente de Héracles. Embora o contexto mítico e a configuração sejam helênicas, o personagem é essencialmente conhecido da literatura latina helenizada e de afrescos de Pompéia.
O mito de Apolo descreve intensamente a prática da ginástica com os seus amantes, mostrando uma virilidade que se buscava nos corpos nus dos ginásios. Um dos famosos amores homossexuais do deus foi Ciparisso, filho de Telefo e Jacinta. Apolo venerava a beleza do seu amado, fazendo-se terno e apaixonado.
Juntos praticavam a corrida e o arremesso de dardos. Os corpos nus e perfeitos dos amantes corriam ao sol por entre os bosques. Um dia Apolo presenteou o jovem amante com um cervo. Ciparisso apegou-se àquele animal, fazendo-o sagrado. Certa vez, ao jogar os dardos com Apolo, feriu, por acidente, mortalmente o cervo.
Ciparisso ficou inconsolável, sendo acometido de uma tristeza profunda. Derramava lágrimas intensas pelo animal sagrado. Na sua infinita dor, pediu ao amante que permitisse as suas lágrimas para sempre, sem jamais esgotar o fluxo. Não podendo negar um pedido ao amante, Apolo transformou-o em uma árvore cuja resina formava gotículas de lágrimas no tronco, nascia o cipreste. O cipreste era uma das árvores que se encantavam com a música de Orfeu.
Dar de presente a presa de um caçador é um tipo de iniciação na esfera da caça, uma preparação supervisionada para as artes varonis da guerra e um campo de teste do comportamento (Koch-Harnack 1983).
De acordo com uma tradição diferente, Ciparisso era filho de Orcômeno, o irmão de Mínias, e fundador mítico de Kypárissos na Fócida, que mais tarde foi chamada Anticira. Sérvio, em comentário sobre as Geórgicas de Virgílio explica a associação virgiliana de com o cipreste com uma narrativa da paixão do deus por Cupressus: após Silvano ter matado acidentalmente o veado de estimação do rapaz, Cupressus morreu de desgosto e foi transformado em um cipreste, do qual Silvano transportava um ramo. Peter Dorcey observa que Sérvio simplesmente aplicara a Silvano o episódio de Ciparisso narrado por Ovídio, observando, de passagem, o tema comum no folclore antigo e moderno de um homem transmutado em uma forma vegetal.
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