quinta-feira, 30 de maio de 2013

Hespérides

     As deusas Hespérides passeiam pelos céus, encarregando-se de iluminar todo o mundo com a luz da tarde. Desta forma, fazem parte do ciclo do dia: Hemera trazia o dia, as Hespérides traziam o entardecer e Nix fechava o ciclo com a noite. 



     As três Hespérides eram: 

* Egle - a Radiante - deusa da luz avermelhada da tarde 
* Erítia - a Esplendorosa - deusa do esplendor da tarde
* Hespéra - Crepuscular - deusa do crepúsculo vespertino. 

     As Hespérides possuíam atributos semelhantes aos das Horas que presidem as estações do ano e também das Cárites ou Graças. Junto de Hemera (o Dia), compunham o séquito de Hélios (o Sol), de Eos (a Aurora) e de Selene (a Lua). Iluminavam o palco e maestravam a dança das Horas, de quem se tornaram companheiras. 

     As Hespérides cantavam em coro com voz maravilhosa junto às nascentes sussurrantes que exalam ambrósia e costumavam ocultar-se através de súbitas metamorfoses. Também chamadas de ninfas do poente, habitavam o extremo Ocidente e tinham o dom da profecia. Eram belas, jubilosas e simbolizavam a fertilidade do solo. Moravam em um belo palácio, no Monte Atlas e bem à frente do jardim das árvores dos pomos ou maçãs de ouro. 

     Segundo Evêmero, as ninfas Hespérides são sete donzelas: Aretusa ou Hesperaretusa, Hespéria, Hespéris, Egéria, Clete, Ciparissa e Cinosura. As ninfas possuíam o dom de controlar a vontade de feras selvagens e eram consideradas guardiãs da ordem natural, das fronteiras entre o dia e a noite, dos tesouros dos deuses e também das fronteiras entre os três mundos - a Terra, o paraíso e o mundo subterrâneo. 


     O jardim das Hespérides era conhecido como Jardim dos imortais, pois continha um pomar que abrigava árvores mágicas de onde nasciam os pomos de ouro, considerados fontes de juventude eterna e era considerado o mais belo de toda a antiguidade. Quando Hera se casou com Zeus, recebeu de Gaia como presente de núpcias algumas maçãs de ouro. Também foi desse jardim a maçã da discórdia atirada por Éris, que deu origem à disputa entre as deusas. 



     Para chegar até o jardim havia muitos obstáculos: a gruta das Gréias e a gruta das Górgonas. O próprio jardim era povoado de monstros que o protegiam, como o terrível Ládon, o dragão de 100 cabeças. Somente dois heróis mortais encontraram os jardins das Hespérides: Perseu quando fora enfrentar Medusa e Herácles. 

     
     Em uma versão, o rei do Egito Busíris, vizinho do reino das Hespérides, mandou raptar as ninfas e devastar os jardins. Quando Herácles chegou ao país, libertou as Hespérides e entregou-as a Atlas. Como recompensa, Atlas lhe deu as maçãs de ouro e lhe ensinou a Astronomia. Na interpretação evemerista Atlas foi considerado como o primeiro astrônomo, e por isso conhecia o caminho das estrelas, dando o seu nome à coleção de mapas da terra. 


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